Velhos hábitos
O tom da narrativa é frio, seco, distanciado, às vezes um tanto cruel. Embora o narrador esteja sempre inserido nos acontecimentos, pois é a história de sua família que é contada, jamais se deixa levar pelo sentimentalismo ou pela nostalgia no relato da morte de familiares ou de episódios da infância perdida. Sua objetividade é tamanha que chega ao ponto de depurar a narrativa de qualquer nome próprio para as personagens ou para as cidades em que se desenrola a história.
A perspectiva privilegiada aqui é a do trabalho doméstico feminino, algo onipresente na história de inumeráveis famílias, mas que não aparece com frequência em primeiro plano na literatura. É um trabalho constante, repetitivo e adestra o corpo de quem trabalha. A ausência de caracterização psicológica das personagens é não apenas a consequência literária da observação distanciada do trabalho manual (ou reprodutivo), mas também uma denúncia muda da opressão que historicamente alijou as mulheres do exercício de sua plena subjetividade. Por esse viés, essa história também é uma tentativa de entender a angústia inominada que atravessa as vidas das personagens, especialmente nos momentos em que não conseguem mais reproduzir seus “velhos hábitos”.
A perspectiva privilegiada aqui é a do trabalho doméstico feminino, algo onipresente na história de inumeráveis famílias, mas que não aparece com frequência em primeiro plano na literatura. É um trabalho constante, repetitivo e adestra o corpo de quem trabalha. A ausência de caracterização psicológica das personagens é não apenas a consequência literária da observação distanciada do trabalho manual (ou reprodutivo), mas também uma denúncia muda da opressão que historicamente alijou as mulheres do exercício de sua plena subjetividade. Por esse viés, essa história também é uma tentativa de entender a angústia inominada que atravessa as vidas das personagens, especialmente nos momentos em que não conseguem mais reproduzir seus “velhos hábitos”.
Características | |
Autor | Luciano Gatti |
Biografia | O tom da narrativa é frio, seco, distanciado, às vezes um tanto cruel. Embora o narrador esteja sempre inserido nos acontecimentos, pois é a história de sua família que é contada, jamais se deixa levar pelo sentimentalismo ou pela nostalgia no relato da morte de familiares ou de episódios da infância perdida. Sua objetividade é tamanha que chega ao ponto de depurar a narrativa de qualquer nome próprio para as personagens ou para as cidades em que se desenrola a história. A perspectiva privilegiada aqui é a do trabalho doméstico feminino, algo onipresente na história de inumeráveis famílias, mas que não aparece com frequência em primeiro plano na literatura. É um trabalho constante, repetitivo e adestra o corpo de quem trabalha. A ausência de caracterização psicológica das personagens é não apenas a consequência literária da observação distanciada do trabalho manual (ou reprodutivo), mas também uma denúncia muda da opressão que historicamente alijou as mulheres do exercício de sua plena subjetividade. Por esse viés, essa história também é uma tentativa de entender a angústia inominada que atravessa as vidas das personagens, especialmente nos momentos em que não conseguem mais reproduzir seus “velhos hábitos”. |
Comprimento | 23 |
Edição | 1 |
Editora | 7 LETRAS |
ISBN | 9786559053568 |
Largura | 16 |